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sexta-feira, 8 de março de 2019

Vergonha - Brittainy C Cherry

“É fácil julgar os outros de longe. É fácil olhar para alguém de fora do seu mundo e fazer declarações e julgamentos abrangentes sobre quem são essas pessoas. Porque quando você vê os defeitos dos outros, você de alguma forma justifica que suas falhas são melhores que as deles. Mas quando você aumenta o zoom, quando realmente olha para a pessoa ao seu lado, verá muitas das mesmas coisas. Esperança. Amor. Medo. Raiva. Depois de ampliar, você percebe que somos todos semelhantes de muitas maneiras. Todos nós sangramos vermelho, e até os corações dos monstros podem quebrar. Só tenho que lembrar de sempre aumentar o zoom.”
Intenso e verdadeiro não é mesmo?!
Impossível não começar falando sobre o quanto esse livro mexeu comigo, o quanto me identifiquei e não apenas com uma personagem, mas um pouco de mim em cada um deles.
Vergonha é uma história para toda e qualquer pessoa que já se sentiu perdida na vida. É para qualquer um cujo mundo tenha sido virado de cabeça para baixo. Para quem foi quebrado, mas não desistiu.
Conhecemos Grace e Jackson, duas pessoas completamente opostas, mas que de alguma forma se completavam.
"Você não precisa saber o que é amar para saber o que não é.”
Ela nasceu e foi criada em uma cidade pequena, Chester, para ser a filha perfeita, filha de pastor, a realeza de Deus. Ele, é considerado a escória deste lugar, depois de perder a mãe em um trágico acidente e o pai se perder no luto.
Jackson vive para cuidar do pai e do negocio da família, enquanto Grace vive para ser a esposa “troféu”, a cristã correta e a filha obediente. Mas após várias tentativas frustradas de dar o que o marido queria, ela se perde e o seu mundo entra numa espiral de problemas, desgostos e mágoas sem fim. É decepção atrás de decepção. Pancada atrás de pancada.
Como em cidade pequena praticamente todos se conhecem, impossível não haver fofocas e especulações.
“Às vezes era difícil ser a seguidora de Deus quando os sussurros do diabo pareciam mais satisfatórios.”
A obra vem trazendo uma série de questionamentos que muitas vezes nos fazemos também: Quem sou eu? Será que eu existo sem ele? Será que eu preciso de alguém para ser feliz ou é possível ser feliz sozinho?  Como eu gosto dos meus ovos? Prefiro o arroz por baixo ou por cima do feijão? Quais músicas eu gosto de ouvir?
E a sensação de impotência? A maneira de se sentir incompleta e incapaz? O desejo ter aquilo, lutar e ver outra pessoa conseguir sem ao menos tentar?
A dor pura, aguda e real...
“Mesmo quando o mundo estava escuro, existiam palavras em livros. Portanto, eu sabia que sempre haveria luz ao meu redor, mesmo no mais escuro dos dias.”
A autora mostra que não precisamos de ninguém para encontrar nosso caminho, nosso lugar ao sol, nossa felicidade. Mas precisamos de alguém para nos ouvir quando necessário, para simplesmente nos abraçar, proteger e cuidar quando a dor for forte demais. Um ombro amigo, que possa mostrar as várias possibilidades da vida.
“Às vezes, tudo que uma pessoa precisava era outra para ouvir seus batimentos cardíacos irregulares.”
Brittainy C. Cherry ensina como cada dor é uma dor, independente do tamanho dela. E que por mais quebrado que você esteja, sempre pode fazer algo e mudar não só a sua vida, como a de outra pessoa próxima. Elucida o quão o seio familiar é importante e que uma decisão errada no passado, afeta o futuro.
Muitas traições, mágoas, descobertas, conhecimento, realizações. Você encontra tudo aqui.
“Acontece que não importa o quanto você implora a alguém para ficar. Se eles querem ir, eles vão embora de qualquer maneira. Tudo o que podemos fazer - tudo o que qualquer um pode fazer é aprender a arte de deixar ir...”
Será que continuar amando alguém que traiu você de inúmeras maneiras é errado? Será que você foi a culpada por tudo ter ruído?
"Não há problema em amar alguém, mesmo que eles tenham errado com você. Você não pode fingir que seus sentimentos não existem porque você tem medo do que esses sentimentos podem significar. Às vezes, a coisa mais difícil do mundo é amar alguém que partiu seu coração.”
Será que buscar refúgio e conforto em outra pessoa é a melhor opção?
“Duas pessoas que queriam esquecer tudo juntas... havia apenas um milhão de maneiras que poderia dar errado.”
Posso terminar esse texto falando o quanto ele livro mexeu comigo. Quantas lágrimas derramei ao me ver em alguns momentos exatamente como essas personagens (não somente como a Grace).
Ao finalizar o livro ficou como aprendizado que o amor não é ter a mesma crença e nem aceitar tudo passivamente. É compreensão dos dois lados e respeito, pela pessoa, pelos sonhos, pelas dúvidas e também pelas certezas.
A leitura é simplesmente sensacional, como não poderia deixar de ser. Ainda estamos em março, mas esse já entrou para os favoritos de 2019 com certeza.

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